Crítica Capitão América Admirável Mundo Novo
- Douglas Faccenda
- 14 de fev.
- 5 min de leitura
Atualizado: 3 de ago.
Fazendo um combo de filme de super-herói, intrigas internacionais e drama sobre identidade, o novo filme do Capitão América - Capitão América Admirável Mundo Novo - chega em meio a um coro por uma renovação do gênero e, ao mesmo tempo, a uma desconfiança generalizada em relação à produção, fruto das inúmeras refilmagens e das mudanças de última hora no roteiro. No entanto, o resultado surpreende positivamente, ainda mais se compararmos a obra com a maioria dos filmes da fase 4 da Marvel.

Dirigido por Julius Onah, de “O Paradoxo Cloverfield” (2019), Capitão América Admirável Mundo Novo busca explorar temas contemporâneos, vestindo com orgulho a “fantasia” de um filme de super-herói, ao mesmo tempo em que procura desenvolver os dilemas de seus protagonistas. Com atuações verossímeis de Anthony Mackie e Harrison Ford, o filme compensa os furos de roteiro e alguns equívocos nos aspectos técnicos (sobretudo no CGI) com o carisma genuíno de seus protagonistas e cenas de ação inspiradas.
Sinopse
Na história, somos jogados (sem muito rodeio) no meio de um rebuliço internacional. O presidente dos EUA, Thaddeus "Thunderbolt" Ross (interpretado por Ford), sofre um atentado na Casa Branca. A partir daí, a coisa só desanda: espionagem, teorias da conspiração e uma confusão gigantesca envolvendo o adamantium, um metal novo que todo mundo quer para si. No meio desse caos todo, sobra para Sam Wilson (Anthony Mackie) segurar a bronca como Capitão América. O clima lembra muito O Soldado Invernal, cheio de paranoia, jogadas políticas e aquela pressão absurda de carregar o escudo.
O filme não agradou a todos
O filme não agradou a todos. Sua recepção foi morna tanto pela crítica especializada quanto pelo público em geral, com opiniões divididas a respeito da trama e do desenvolvimento dos personagens. Alguns críticos apontaram falhas no roteiro e escolhas questionáveis na direção, enquanto parte da audiência sentiu falta de originalidade. No entanto, como fã ardoroso do gênero ação/espionagem e apaixonado por filmes de super-heróis, posso garantir que se trata de uma boa obra, que entrega exatamente o que promete: entretenimento puro. Com cenas de ação bem coreografadas, uma boa dose de tensão e um elenco carismático, o longa consegue prender a atenção e garantir diversão durante suas quase duas horas de duração.
Um detalhe crucial afetou o impacto do final
O clímax, que poderia ter sido muito mais impactante, acabou prejudicado pela quantidade de spoilers na campanha de marketing. Se não fosse isso, o final teria sido super climático e talvez até revertesse boa parte das impressões negativas sobre o filme. Digo isso com a autoridade de quem achou O Sexto Sentido um “filme comum” até a revelação final. Não que haja margem de comparação entre o novo filme do Capitão América e a obra-prima de M. Night Shyamalan — seja pela importância ou pelo fato de serem gêneros diametralmente opostos —, mas sabemos que um bom final pode ressignificar o todo de uma obra. Vamos fazer juntos um exercício de imaginação. Preparados? Ótimo. Você está confortavelmente sentado na sua poltrona, comendo sua pipoca e se resignando a assistir a mais um filme industrializado: decente, mas ainda assim mais um exemplar enlatado que segue a engessada fórmula da Marvel. Então, no ato final, um Harrison Ford enfurecido cai de joelhos em frente à Casa Branca e desaparece atrás do púlpito onde discursava. A trilha sonora faz sua mágica e, de repente, o Presidente dos Estados Unidos se levanta completamente transformado, ardendo em fúria, com um olhar ameaçador que penetra todos ao seu redor. Soma-se a isso o fato de que não há nenhum herói por perto minimamente capaz de lidar com tamanha ameaça. Sentiram o drama? Ia ser o clímax perfeito. Aí o Sam chega, a porrada come e o filme segue para seu desfecho. Uma pequena mudança de estratégia comercial (não revelar o Hulk Vermelho no material promocional) poderia ter alterado completamente a experiência do público. Entendo que o objetivo do marketing era mostrar o “Vermelhão” justamente para atrair espectadores, mas acredito que tenha sido uma estratégia equivocada — da mesma forma que foi uma decisão acertada não revelarem a presença dos outros “miranhas” em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Se no final o que realmente conta para o estúdio é a bilheteria, nada melhor do que o bom e velho boca a boca após a estreia para atrair mais público, o que teria sido mais eficaz se o final fosse uma surpesa.

Um trabalho bem feito
Capitão América Admirável Mundo Novo não reinventa a roda, mas executa suas pretensões de maneira muito satisfatória, deixando o terreno pronto para o epílogo da Saga do Multiverso. Pelo fato de o filme ter passado pelas mãos de tantos roteiristas, o texto se mantém coerente, com alguns tropeços pontuais aqui e ali (nada tão fora da curva em comparação com outras obras do gênero).

Com um orçamento inicial de 180 milhões de dólares (mas que pode ter chegado a 300 milhões devido às refilmagens), o filme fica aquém do esperado em vários aspectos técnicos, como direção de arte (genérica e sem inspiração), trilha sonora (que muitas vezes parece desconectada da história) e, é claro, efeitos visuais — o grande telhado de vidro da Marvel nos últimos anos. Mas destaco que, apesar de em muitas cenas o CGI ser duvidoso, o Hulk Vermelho ficou excelente. A riqueza de detalhes da criatura e a fúria que ela transmite ao perseguir e lutar com o Capitão América são dignas de nota.
Também me agradou muito a desproporção na escala de poder entre o herói e o vilão na batalha final. Esse detalhe apenas ressalta a bravura e a resiliência de Sam, que, apesar de virtualmente não ter chance de vitória, se recusa a desistir, honrando o legado do escudo e se consolidando de vez como o novo Capitão América.
Nota do Soucine – 7/10
Capitão América Admirável Mundo Novo
Título original: Captain America: Brave New World
Ano: 2025
País: EUA
Classificação: 14 anos
Duração: 1h58 min
Direção: Julius Onah
Elenco: Anthony Mackie, Harrison Ford, Danny Ramirez
E você, o que achou de Capitão América: Admirável Mundo Novo? Acha que o filme faz jus ao legado do escudo ou ficou devendo? Curtiu o Hulk Vermelho? Deixe sua opinião nos comentários — vamos adorar saber sua visão sobre mais esse capítulo do MCU! #Crítica Capitão América Admirável Mundo Novo
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