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Crítica | "F1 – O Filme" entrega emoção nas pistas, mas falta potência dramática

Atualizado: 3 de jul.

Brad Pitt pilotando carro da equipe fictícia APXGP em cena de alta velocidade do filme F1 – O Filme (2025), dirigido por Joseph Kosinski.

Com visual deslumbrante e cenas de corrida imersivas, F1 – O Filme cumpre bem sua proposta de entretenimento, ainda que sem reinventar o gênero. Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo de Top Gun: Maverick, o longa aposta alto na adrenalina das pistas e no brilho de seu elenco, mas tropeça em um roteiro previsível e uma narrativa que perde fôlego ao longo do trajeto.


A história acompanha Sonny Hayes (Brad Pitt), um ex-piloto que retorna à Fórmula 1 como mentor de Joshua Pearce (Damson Idris), jovem talento da fictícia equipe ApexGP. A dinâmica entre veterano e novato é o fio condutor da trama, que se apoia mais no espetáculo visual e na ambientação técnica da F1 do que em conflitos profundos. Não é um drama existencial, e nem pretende ser — seu foco está na velocidade, no glamour e no som ensurdecedor dos motores.


Nesse quesito, Kosinski entrega. As corridas são filmadas com energia e precisão, usando câmeras acopladas a carros reais e uma montagem frenética que emula a tensão das pistas. O problema é que, com o tempo, essas sequências tornam-se repetitivas, com pouca variação dramática. A emoção se mantém em marcha constante, sem crescer como se esperaria.


O que impede o filme de ser apenas um desfile visual é o carisma do elenco. Brad Pitt encarna o papel com naturalidade, enquanto Damson Idris traz uma performance sólida e cativante. Nomes como Javier Bardem, Tobias Menzies e Kerry Condon enriquecem os bastidores, dando peso às interações fora das pistas.


Ainda assim, Kosinski não atinge a ousadia de Top Gun: Maverick. Lá, ele renovou uma franquia icônica com energia e emoção. Aqui, apesar da estética impecável, falta profundidade. O roteiro é funcional, mas previsível. E quando arrisca discutir temas como legado e redenção, não passa da superfície.


A presença de Jerry Bruckheimer na produção reforça a impressão de que F1 – O Filme tenta reviver a fórmula de sucessos como Dias de Trovão (1990). Com Kosinski no comando, o estilo é mais polido e moderno, mas a essência é a mesma: velocidade, testosterona e uma trilha sonora vibrante. No fim, o filme soa como uma atualização visual de Dias de Trovão, trocando NASCAR por Fórmula 1 e acrescentando uma camada de sofisticação.


F1 – O Filme é um blockbuster competente, com apelo para o grande público e fãs de automobilismo. Tem estilo, tem ritmo, tem elenco. Só não tem aquele algo a mais — a faísca que separa os bons filmes dos inesquecíveis.


Nota do SOUCINE – 7


Título original: F1

Ano: 2025

Direção: Joseph Kosinski

Roteiro: Ehren Kruger

Elenco: Brad Pitt, Damson Idris, Javier Bardem, Kerry Condon, Tobias Menzies

Duração: 135 minutos

Gênero: Ação, drama, esporte

País de origem: Estados Unidos

Data de estreia: 25 de junho de 2025 (Brasil)


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