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Crítica - Superman de James Gunn é um filmaço cheio de ação e (principalmente) coração

Atualizado: 3 de ago.


Superman, de James Gunn, é uma daquelas produções que fazem a gente lembrar por que amamos cinema. Desde os primeiros segundos, fica claro que não estamos diante de mais um reboot qualquer. Gunn nos joga direto em um mundo vibrante, cheio de mitologia e personagens que já fazem parte do nosso imaginário coletivo — sem perder tempo explicando o básico. Afinal, o símbolo do herói, com o famoso “S” em vermelho sobre o fundo amarelo dentro do escudo em forma de diamante, é provavelmente um dos ícones mais reconhecidos do planeta. Não há necessidade de recontar sua origem.


David Corenswet como Superman olhando para cima com expressão esperançosa, envolto por feixes de luz azul, laranja e branca — pôster oficial do filme dirigido por James Gunn, 2025.
Arte promocional de Superman (2025) remete ao clássico de 1978, estrelado por Christopher Reeve

A trama já começa com agilidade, um dos grandes acertos desse novo filme. Outro ponto que salta aos olhos é o uso das cores, que remete diretamente ao Superman clássico das décadas de 70 e 80, eternizado por Christopher Reeve. A proposta abraça com naturalidade um universo onde heróis convivem com seres humanos sem causar estranhamento algum — algo semelhante ao que já vimos em outras franquias da Warner Bros., como Harry Potter e O Senhor dos Anéis. Gunn não perde tempo tentando justificar o fantástico: ele simplesmente o apresenta, o abraça, e a gente embarca junto.


Um filme que mostra a que veio


O que vem depois é um filme que entrega tudo: cenas incríveis, personagens bem construídos e muita emoção. O roteiro, escrito pelo próprio Gunn, dá espaço para todo mundo brilhar. Clark Kent, interpretado por David Corenswet, é carismático, bondoso e transmite com autenticidade aquela esperança que sempre foi a alma do Superman. Rachel Brosnahan acerta em cheio como Lois Lane, misturando firmeza, inteligência e leveza de forma natural, numa versão da personagem que exala presença e humanidade. Já Nicholas Hoult entrega um Lex Luthor impressionante — frio, calculista, mas com uma dor latente que torna sua vilania mais crível e complexa. Sem exageros, já pode ser considerado uma das melhores encarnações do personagem no cinema e na TV.


Superman (David Corenswet) de cabeça baixa com explosão de energia roxa ao fundo no filme Superman (2025) de James Gunn.
As cores do novo filme do Superman são um destaque à parte

Outro grande destaque do elenco é a chamada “Gangue da Justiça”, formada por heróis secundários que ganham relevância inesperada na narrativa. Nathan Fillion diverte como o sarcástico e impulsivo Lanterna Verde Guy Gardner; Isabela Merced surpreende como a destemida Mulher-Gavião; Anthony Carrigan dá vida ao enigmático e peculiar Metamorfo; e Edi Gathegi, como o Sr. Incrível, simplesmente rouba a cena em diversos momentos, assumindo um papel central na trama que ninguém esperava. A química entre esses personagens e a forma como Gunn os insere na história enriquecem o universo do filme e expandem as possibilidades para o futuro do novo DCU.


Guy Gardner, Hawkgirl e Mister Terrific em traje completo da Justice Gang sobrevoando cidade no filme Superman (2025) de James Gunn.
A Gangue da Justiça é destaque no filme

As cenas de ação são um espetáculo. As lutas estão ótimas, e cada herói tem seu tempo de tela para mostrar suas habilidades. Há uma cena específica com o “Senhor Incrível” enfrentando vários vilões com suas esferas que vai fazer muita gente levantar da cadeira e aplaudir. É empolgante, criativa e visualmente impressionante. E não é só a ação pela ação que faz a gente se emocionar. O empenho do Superman para não deixar que nenhum "ser vivo" se machuque em meio ao caos é comovente. Ao mesmo tempo em que enfrenta adversários poderosíssimos, ele se desdobra em dois para salvar civis, um cachorro e até um esquilo (isso mesmo, um esquilo), mostrando a todos por que ele é considerado o maior de todos os heróis — não por ser o mais forte, mas porque, para ele, toda vida importa — e isso simplesmente não é negociável. É esse ideal que faz do Superman o símbolo máximo de esperança das HQs.






Superman (David Corenswet) voando em direção à câmera com expressão confiante no filme Superman (2025) de James Gunn.
David Corenswet como o novo Superman em pleno voo

Cinema feito por quem conhece e confia no que faz


Na parte técnica, James Gunn demonstra pleno domínio do visual e da atmosfera que quer criar. Ele usa e abusa da luz do dia para valorizar cada detalhe do filme, optando por uma estética clara, limpa e com cores vibrantes — algo raro em produções de super-herói, que muitas vezes se escondem nas sombras. O CGI está excelente, o que torna as cenas grandiosas críveis. Tudo é mostrado com uma nitidez impressionante, como se estivéssemos vendo uma HQ ganhar vida em tempo real. A fotografia é um show à parte, com enquadramentos que destacam as poses heroicas, os gestos simbólicos e os maneirismos marcantes do “Azulão”. Até o clássico “cuecão” vermelho por fora da calça, que poderia soar antiquado nos dias de hoje, funciona perfeitamente dentro da proposta nostálgica e respeitosa de Gunn.


Outro destaque técnico é a trilha sonora, assinada por John Murphy. Ele resgata os temas icônicos criados pelo mestre John Williams — eternizados nos filmes de Christopher Reeve — e os mescla com composições inéditas que adicionam novas camadas de emoção e dinamismo à narrativa. A música embala não só os momentos mais intensos de ação, mas também as passagens mais sensíveis e humanas, criando uma conexão poderosa com o público.


Superman (David Corenswet) ajoelhado e desesperado segurando androide danificado no filme Superman (2025) de James Gunn.
Superman em um momento de dor, segurando um robô avariado na Fortaleza da Solidão, no emocionante reboot do DCU por James Gunn

A grande mensagem que Superman deixa


Mas o que realmente faz este Superman se destacar é que ele tem coração. O filme acredita no poder do bem, na força de fazer o que é certo. E passa isso para a tela sem parecer forçado. Superman foi e sempre será um herói que inspira, que não tem vergonha de ser BOM. Isso faz toda a diferença. Em um tempo em que muitos super-heróis parecem estar sempre em crise, esse Superman sabe quem é — e isso é revigorante.


Superman é grande em tudo: nas cenas de ação, nos efeitos visuais, nas atuações e, principalmente, na forma como faz o público sentir. É um recomeço promissor para o novo universo da DC e um lembrete de que ainda vale a pena acreditar em heróis. Como diria o próprio Homem de Aço: “Para o alto e avante” — e que assim seja.


Nota SouCine - 9/10


Título: Superman (2025)

Direção: James Gunn

Roteiro: James Gunn

Elenco: David Corenswet, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult, Nathan Fillion, Isabela Merced, Edi Gathegi, Anthony Carrigan

Trilha sonora: John Murphy (com temas de John Williams)

Direção de fotografia: Henry Braham

Efeitos visuais: Wētā FX, ILM

Distribuição: Warner Bros. Pictures

Duração: 2h25min

País: Estados Unidos

Estreia: 10 de julho de 2025 (Brasil)

Gênero: Ação, Fantasia, Super-herói


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