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Crítica do filme Pecadores (2025) - Ryan Coogler mistura terror, música e ousadia em obra imperdível

Atualizado: 3 de ago.

Pecadores é daquelas obras que surgem de tempos em tempos para romper padrões


É difícil rotular Pecadores. Na verdade, talvez essa seja sua maior virtude. Dirigido por Ryan Coogler e estrelado (em dose dupla) por Michael B. Jordan, o filme não se contenta em ser apenas mais um no calendário de blockbusters de 2025. Ele vai além — muito além. Mistura gêneros, ideias e atmosferas com uma ousadia raramente vista em Hollywood. O resultado é uma das experiências mais marcantes do cinema neste ano.


Pôster oficial do filme “Pecadores”, com Michael B. Jordan de cabeça baixa e arma em punho, sobre fundo vermelho intenso com sol ao entardecer e silhuetas misteriosas ao fundo.
Cartaz oficial do filme Pecadores (2025)

A trama de Pecadores (2025) se passa no sul dos Estados Unidos na década de 1930. Dois irmãos gêmeos — ambos vividos por Michael B. Jordan — retornam à cidade natal para abrir um clube de música voltado à comunidade negra local. Eles querem deixar para trás os tempos de crime em Chicago. Mas o recomeço é interrompido por uma ameaça inesperada e sobrenatural: vampiros. Essas criaturas funcionam como uma metáfora potente e sangrenta do racismo institucionalizado da época, transformando o filme em um espelho entre fantasia e crítica social.


Uma proposta incomum que se mostrou um acerto monumental


Se alguém dissesse, antes da sessão, que estava prestes a assistir a um musical de terror com gângsters, romance e muito gore, eu teria rido. Mas Pecadores é exatamente isso — e, surpreendentemente, funciona. Com talento raro, Coogler organiza todos esses elementos como uma sinfonia cinematográfica. Nada sobra, nada falta. Tudo tem função. A fotografia, a cenografia e o figurino trabalham juntos para criar um universo que recria o passado com precisão, mas que também conversa com o presente. A trilha sonora, assinada por Ludwig Göransson, mistura blues, gospel e elementos eletrônicos com tanta força e fluidez que se torna parte vital da narrativa. É impossível não se envolver. E quando chega a já icônica cena de dança, em que Sammie Moore (vivido por Miles Caton) toca uma música capaz de abrir portais entre mundos, é difícil ficar parado na cadeira. Eu mesmo fiquei batucando os pés durante toda a sequência. A força visual e sensorial da cena já nasceu clássica.


Coogler também acerta no ritmo do suspense, que vai crescendo com calma, até explodir em um banho de sangue de tirar o fôlego — sem perder o estilo. O terror funciona, sim, com criaturas grotescas, sustos bem posicionados e efeitos práticos que tornam tudo mais real e impactante. Também há cenas no melhor estilo “badass” que vão ficar na memória.


E o que dizer das atuações? Michael B. Jordan entrega uma performance dupla impressionante, dando vida aos irmãos Elijah e Elias com nuances que vão da vulnerabilidade mais silenciosa à fúria contida prestes a explodir. Mas quem realmente rouba a cena em certos momentos é Miles Caton, estreante que parece ter saído de um sonho febril entre o jazz e o vodu. Seu Sammie Moore é ao mesmo tempo enigmático e cativante, um personagem que carrega o peso do passado, mas também a centelha do que pode vir a ser. A forma como ele transita entre o real e o místico, com gestos mínimos e olhos sempre inquietos, adiciona camadas ao filme que só se revelam depois da sessão, quando a gente continua pensando na história mesmo dias depois. Pecadores não é só um filme — é uma experiência.


Michael B. Jordan e Miles Caton em apuros no filme Pecadores
Michael B. Jordan e Miles Caton em apuros no filme Pecadores





No fim das contas, Pecadores faz exatamente o que a indústria mais precisa agora: entregar entretenimento de qualidade, com identidade, coragem e estilo. Em vez de seguir fórmulas seguras, o filme escolhe o caminho mais arriscado — e mais recompensador. Ele desafia os limites do que se espera de um blockbuster, abraça o inusitado, mistura o popular com o autoral e prova que é possível ser acessível sem abrir mão da profundidade. Pecadores não tenta agradar a todos, mas acerta em cheio justamente por isso. É cinema que entretém, provoca, emociona e fica na cabeça — do jeito que toda boa história deve ser.


Nota do Soucine – 9/10


Título original: Sinners

Ano: 2025

Direção: Ryan Coogler

Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole

Elenco: Michael B. Jordan (em dose dupla), Jesse Plemons, Dominique Fishback, Jeffrey Wright, Da’Vine Joy Randolph, Glynn Turman

Duração: 137 minutos

Gênero: Drama, Suspense, Épico

País de origem: Estados Unidos

Data de estreia: 17 de abril de 2025 (Brasil)


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