Crítica - Brick (2025)
- Douglas Faccenda
- há 4 dias
- 2 min de leitura

Brick, da Netflix, parte de uma ideia intrigante: um casal fica preso em seu apartamento por misteriosos tijolos pretos. A proposta mistura suspense, ficção científica e drama emocional, apostando em uma atmosfera claustrofóbica e cheia de simbolismos. Mas, apesar do conceito promissor, o filme tropeça em sua execução.
O maior obstáculo é a limitação orçamentária. Os efeitos especiais, fundamentais para dar vida à ameaça dos tais tijolos nanotecnológicos, são simplórios e pouco convincentes. Em vez de imergir o espectador em um cenário assustador e isolado, a produção acaba gerando distanciamento. Elementos que deveriam criar tensão e urgência perdem força por parecerem artificiais ou mal finalizados.
Apesar disso, o filme tem seus méritos. O foco na relação dos protagonistas, Tim e Olivia, traz um peso emocional que torna a história mais rica. Ambos enfrentam o trauma da perda e lidam com a dor de maneiras distintas. Olivia quer recomeçar, enquanto Tim está emocionalmente bloqueado. Essa dinâmica torna a prisão física uma espécie de reflexo interno: não é só o prédio que está cercado, mas também seus sentimentos.
Outro ponto positivo é a tentativa de criar simbolismos e camadas. A narrativa sugere que, muitas vezes, os maiores bloqueios não são externos, mas emocionais. A ideia de que o confinamento pode representar o luto, a culpa e a dificuldade de seguir adiante é interessante, ainda que nem sempre bem explorada.
"Brick" é um exemplo clássico de como uma boa ideia pode ser comprometida por limitações técnicas. A proposta é original, os temas são relevantes, mas a execução deixa a desejar. Com um orçamento mais robusto e uma direção mais cuidadosa, o filme poderia ter se destacado no gênero. Ainda assim, para quem busca uma história diferente, com reflexões sobre o emocional humano em situações extremas, vale a curiosidade.
Nota do Soucine - 06/10
Ficha Técnica
Título: Brick
Lançamento: 10 de julho de 2025
Nacionalidade: Alemanha
Duração: 1 hora e 39 minutos
Direção: Alexander Fischerkoesen
Trilha sonora: Anna Drubich
Produção: Leonine Studios, Nocturna Productions e W&B Television
Formato: Longa-metragem
Idioma: Alemão
Comments